Vox é
uma distopia que apresenta um universo metafórico não muito distante do mundo
em que vivemos. Logo nos primeiros capítulos conhecemos a Dra. Jean McClellan,
uma célebre profissional que foi impedida de trabalhar, estudar e até mesmo de
falar, simplesmente pelo fato de ser uma mulher.
O novo
governo, guiado por homens brancos cegos pela religião, impôs o limite máximo
de 100 palavras ao dia para cada mulher. Elas são monitoradas o tempo todo e
quem ousar descumprir esse decreto sofre consequências severas.
A
premissa do livro é muito importante, pois aborda temáticas relevantes e atuais
como o combate à sociedade patriarcal, ao mesmo tempo que critica o nepotismo e
a estrutura social dos poderes políticos, questionando também a influência da
religião no Estado.
Os
diálogos da obra promovem discussões válidas entre os personagens e provocam
reflexões importantes em seus leitores. Os capítulos são curtos e isso
facilitou muito para que a leitura fluísse bem, pelo menos até a primeira
metade do livro.
A partir disso, confesso que fiquei um pouco decepcionada pela forma e pela rapidez do desenrolar da história. As medidas autoritárias que foram tomadas não são explicadas em momento algum do livro, a história – que antes tinha uma premissa incrível - acabou mudando totalmente o foco, quase se tornando uma história de amor. Além disso, a maneira como tudo se resolveu foi conveniente demais.
No geral, entendo ser uma
obra com uma premissa instigante, mas que foi mal explorada. É claro que isso
não invalida a leitura, mas acaba por tornar a experiência do leitor um pouco
diferente daquilo que se esperava.
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